O que me impressionava nesta pintura? o olhar de promessa de amor dos esposos,
uma certa certeza de intimidade doméstica,
um espelho ao fundo onde vejo os que estão a ver a mesma cena,como se estivessem ao meu lado mas que não me vêem a mim -eu não faço parte do quadro - só o meu olhar,
o próprio pintor estar também no espelho...
O pormenor de os esposos estarem também no espelho, de costas...
Não sei. Não sou analista de arte. Mas que continuo a gostar de me perder a olhá-lo, isso é verdade.
1 comentário:
(H)ora viva, caríssima Maria! Não é preciso ser analista de arte para nos perdermos (e nos encontrarmos) a olhar as obras de arte. Gosto do que o teu olhar vê nesta extraordinária pintura e do modo como a descreves.
Um dos problemas mais comuns na observação das obras é a tendência para não nos deixarmos ver por elas, não ouvirmos o que elas têm a dizer-nos, talvez em sussurro. Em vez disso, muitas vezes queremos dominá-las com o nosso olhar, competir com a voz delas. Mas elas, nestes casos, soberanas, mandam-nos dar uma volta para arejar, ou então até nos mandam para sítios feios.
Bjs. Roteia.
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