O liceu, a seguir ao amplo átrio, tinha uma escadaria que se bifurcava no primeiro lanço dando acesso ao novo piso. No topo, ao centro, ficava a sala de professores, para a esquerda a biblioteca, o gabinete do reitor e algumas pequenas salas de aula; para a direita apenas salas de aula.
Não era permitido ou aconselhável aos alunos "frequentar" a escadaria. Mas o proibido sempre me levou à transgressão.
As paredes que ladeavam as escadas tinham reproduções de quadros. Só me recordo de um. O quadro seduzia-me, correndo o risco de ser apanhada lá estava eu a observá-lo.
Mais tarde, de vez em quando, lembrava-me deste quadro. Queria vê-lo de novo e perceber o que teria capaz de atrair uma adolescente rebelde durante anos. Aí tinha mais um problema: não sabia o nome do autor e lembrava-me vagamente do que representava - um homem e uma mulher de mãos dadas(?)e um espelho ao fundo.
Foi por acaso. Ia na rua quando deparei com uma rapariga com um saco na mão dos que se vendem nos museus ( que banalidade ). Estava ali! Debaixo dos meus olhos! A partir daqui, sabendo que o saco era de uma galeria de Londres, usando a Internet e alguma paciência, seria fácil. Mas foi através de Velázquez e das suas "Meninas" que cheguei a Jan Van Eyck ( 1390-1441 ) e ao Casamento dos Arnolfini ( 1434 )!
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