fevereiro 26, 2010

Palavras do "filósofo da moda"Bernard Henri- Levy sobre a burca:

«Há quem diga: "A burca é um vestido ou, quando muito, um fato. Não vamos agora criar leis sobre vestuário." Errado: a burca não é um traje. É um ultraje. É uma mensagem que transmite claramente subjugação, subserviência e, em última instância, a aniquilação das mulheres.

•Outros dizem: "Talvez seja subjugação, mas são usadas com o consentimento de quem as enverga. Não são maridos maliciosos, pais abusadores ou tiranos locais que obrigam as mulheres a usá-las." Isso é tudo muito bonito, mas essa teoria da servidão voluntária nunca colheu como argumento. Um escravo feliz nunca justificou a infâmia essencial, fundamental e ontológica da escravatura. (...)•Outros ainda invocam a liberdade religiosa e de consciência, a liberdade de cada um de praticar a religião da sua escolha; como pode alguém proibir os fiéis de venerarem Deus segundo as regras enunciadas nos seus livros sagrados? Mais um sofisma, dado que - e nunca é de mais repeti-lo - usar a burca não corresponde a qualquer preceito do Alcorão. (...) ler

fevereiro 21, 2010

Prestígio Zero

É como é considerada a profissão de professor no Brasil. Apenas 2% dos estudantes do ensino médio em escolas públicas e privadas pensa seguir a carreira de professor. Estes candidatos pertencem ao grupo dos 30% de alunos com piores notas. Estas são as conclusões de um estudo conduzido pela Fundação Carlos Chagas e referido na Veja de 10 de Fevereiro. O inqúérito foi aplicado a 1500 alunos do ensino médio em todo o país. A coordenadora da pesquisa conclui: " Sem atrair as melhores cabeças para as faculdades de pedagogia, o Brasil jamais conseguirá deixar as últimas colocações nos rankings do ensino".

O relatório completo sobre o estudo pode ler-se aqui.

fevereiro 02, 2010

Sábado passado fui assistir a uma conferência, claro, de matemática.A estrela principal era o Professor Hung-Hsi Wu da Universidade da Califórnia, Berkeley. Foi promovida pela faculdade de Ciências com apoio, entre outros, da Lisboa Editora. Na primeira parte o orador defendeu a sua ideia de "engenharia matemática"necessária para se ser professor no ensino básico, professor de matemática escolar. O que se aprende na Universidade não está adaptado, pronto para ser consumido pelo "cliente básico" tem que sofrer um trabalho,como que de engenharia, para chegar o produto final, consumível. Ou seja, temos que ensinar de forma que se percebam os conceitos mas sem esquecer a matemática "superior" que está subjacente.
Seguiu-se um debate um pouco centrado nesta ideia mas com algumas fugas, havendo várias correntes de pensamento representadas na mesa, como as ligadas à APM e SPM.
Na segunda parte, o Professor Wu deu-nos um workshop sobre o ensino de fracções. Era este o meu principal objectivo.
Foi interessante embora me parecesse que o professor pensasse que eramos todos ignorantes, pois explicava tudo como se  não soubessemos nada, embora frisasse, muitas vezes, que desconhecia a realidade portuguesa. A tese dele é de que as pizas servem para comer e não para ensinar fracções - pelos vistos os professores americanos exageram este recurso de tal maneira que os alunos pensam que uma fracção é uma parte de uma piza. Então a fracção, propõe ele, que seja definida como um ponto na recta orientada: um quarto quer dizer o quarto ponto contado a partir de zero num segmento que foi dividido em quarto partes iguais. Nada de novo até costumo fazer isto. Mas dar as operações a partir da recta é que nunca experimentei. Um caso a estudar. Os trabalhos deste professor estão disponíveis on line.