setembro 27, 2005


Encontrei este poster, até que não está mau...

Resultados

Costumo dizer que os homens têm tudo a ganhar com o casamento e as mulheres tudo a perder.Pelo menos para as gerações até à minha inclusivé. Será que ainda se mantém a situação? Não tenho dados para responder, os casos que conheço não permitem uma generalização, não têm qualquer valor científico.Mas parece-me que as alterações não são muitas. Se pudesse generalizar a partir de um caso de um filho meu- tudo era diferente. Aliás o único resultado da minha consciência feminista foi um filho "doméstico" e uma filha "libertina". A companheira dele será uma mulher feliz, os companheiros dela não tanto.

setembro 25, 2005

Nostalgia

Surge de repente, não sei de onde, um cheiro antigo que reconheço de infância. Quando vou na rua ou me assomo à janela. É uma árvore, uma planta,um cheiro a terra, sei lá...Estou outra vez no tempo em que tudo era possivel. Há pessoas que dizem que se voltassem atrás repetiam as mesmas asneiras. Se me fosse possível recuar uns anos há muita coisa que não fazia. Por exemplo, não casava.

setembro 21, 2005

(Des)ocupação

Além das horas em que tenho aulas estou obrigatoriamente na escola mais doze horas, colocadas no horário, em que não sei o que terei para fazer. Se não faltar nenhum professor ficarei então sem ter feito nada visível. E mesmo faltando pode não me calhar a mim essa tarefa porque há sempre à volta de meia dúzia de colegas disponíveis. Claro que não estou a olhar para as paredes mas não se justifica a minha presença. E não acho que tenha que fazer esforços de imaginação para ocupar esse tempo. Querem-me lá, então digam o que querem de mim. Enquanto o não fizerem eu lerei os meus livros e o que me apetecer.É absurdo o que se está a passar.

setembro 14, 2005

Horários

Fui hoje à escola para a tradicional reunião geral de professores. E surpresa! Não distribuiram os horários. Está um sr. da Inspecção a dar a volta aos horários todos a ver se ficam au point. Portanto vou ficar mais uma noite com insónias a pensar no que me espera. Tenho consciência de que em termos de horários os professores são uns privilegiados na nossa sociedade, mesmo pensando no factor de profissão desgastante.Mas também é um bocado ridiculo de repente de uma só vez querer alterar o que vem sendo prática há muitos anos. Sempre houve professores que "deram" horas à escola sem que fosse necessário exigi-lo. Agora,ficar na escola, amontoada uma exígua sala à espera que um professor falte para o substituir acho disparatado, não havendo projectos definidos para ocupação desse tempo... Mas ainda não vi os horários portanto o melhor é estar calada.

setembro 13, 2005

Leituras

(...) Em matemática todas as transformações conjugadas dos programas e dos métodos não afectam mais o fundo da questão do que o fundo dos oceanos é afectado por aquilo que as ondas fazem à superfície.
O fundo da questão é que há uma "matéria" matemática que, qualquer que seja, não suporta desvios.
Pouco importa que as definições sejam novas ou antigas. De qualquer modo, um círculo é um círculo, uma função é uma função e um logaritmo é um logaritmo.
O pedagogo pode muito bem ter ideias mais revolucionárias no que se refere ao modo, mas nem por isso a matériadeixa de ser o que é. Pode parecer que esta afirmação retoma todo o ensino "dogmático" das matemáticas(...) Mas querer negá-lo fazendo das matemáticas o terreno de eleição dos métodos activos, que vão permitir à criança exercitar-se "livremente" a "descobri-los por si", é algo que só pode ser feito obrigando a criança a descobrir livremente por si mesma que um círculo é um círculo e uma fracção é uma fracção; quer dizer, obrigando-a a acreditar que é livre porque construirá ela própria a sua prisão.

Estas palavras são da matemática Stella Baruk no livro Insucesso e matemáticas. Não é recente mas acho-o actual.

setembro 09, 2005

O plátano


É o velho Plátano de Portalegre com mais de cem anos devidamente amparado para viver outro tanto.

setembro 07, 2005

A mão de deus

Afinal ainda há muitos bons espíritos, os suspeitos do costume, que vêem a intervenção divina nas catástrofes naturais. A justificação do Katrina como punição divina lê-se em activistas contra o aborto, em judeus contra a retirada dos colonos da faixa de Gaza,claro em árabes e, até apareceu a seguinte afirmação de um Michael Marcavage que esteve com Clinton na Casa Branca em 1999: "Cremos que Deus controla o tempo. O dia em que Bourbon Street e o French Quarter foram inundados era o dia em que 125000 homosexuais iam celebrar o pecado nas ruas". Referia-se ao festival Decadência Sulista que se ia realizar em Nova Orleães. ( notícias no Público )
A mão de Deus também é boa para esconder as responsabilidades da mão do Homem.

setembro 05, 2005

setembro 03, 2005

Notícia

Ainda há pouco tempo os media atacavam os professores por todas as razões - as férias,as progressões na carreira, o absentismo e sei lá que mais - e agora só apresentam o professor coitadinho que anda por dia 300Km, abandonando os seus filhinhos para ir atender os filhos dos outros,quando não pertence aos milhares que ficaram no desemprego. Será por falta de notícias? Um dos melhores anos da minha vida como professora foi precisamente quando fiquei a 300km de casa.

setembro 01, 2005

leituras

"É um lugar comum da paternidade e da genética moderna que os pais têm pouca ou nenhuma influência sobre o carácter dos filhos. Nunca se sabe o que nos vai sair. Oportunidades, saúde, perspectivas, sotaque, maneiras à mesa - essas coisas talvez possamos ser nós a formar. Mas o que efectivamente determina o tipo de pessoa que irá viver connosco é qual o espermatozóide que encontra e qual o óvulo que é encontrado, como são escolhidas as cartas dos dois baralhos, e depois como são baralhadas, partidas e dadas no momento da recombinação. Alegre ou neurótico, amável ou insaciável, curioso ou lento, expansivo ou tímido, ou nem uma coisa nem outra; a quantidade de trabalho previamente feita pode ser quase uma afronta para o amor-próprio dos pais. Por outro lado dá-nos uma certa liberdade. A questão torna-se mais clara assim que temos dois filhos; duas pessoas inteiramente diferentes que emergem de oportunidades de vida mais ou menos semelhantes."

Quem escreveu isto foi Ian McEwan no livro Sábabo mas bem podia ter sido eu.Pelo menos trancreve um dos meus pensamentos perfeitamente. Até fiquei feliz ao ler estas frases e, porque não dizê-lo,desculpabilizada.