novembro 16, 2008




Um aspecto deprimente do caminhar para a terceira idade é ir vendo que pessoas mais ou menos íntimas, ou que apenas eram uma referência da nossa vida, vão morrendo.


Agora foi a vez do João Martins Pereira: os seus textos estiveram ligados ao que fui ou sou.

Há muito tempo que não ouvia falar dele,será um desconhecido para muita gente mas é indesculpável que se diga o que um comentador da notícia do Público disse:

"Nunca tinha ouvido falar deste homem! Nem entendo como se faz uma notícia sobre alguém totalmente desconhecido!"


Tirei esta referência do blogue a terceira noite que mostra um pensamento do João Martins Pereira:


Junho de 1980, artigo «Resistir ou Re-existir» na Gazeta do Mês número 2: «A condição feminina é-me exterior, como o é, num outro plano, a condição operária, a mim, intelectual de extracção burguesa. Libertar-me do complexo de “não ser operário” não é distanciar-me do problema da exploração. É justamente escolher colocar-me, em relação a ele, na única posição que, de boa-fé, me é possível assumir: a da apreensão intelectual, a da “teoria”, a de uma prática solidária, que não a de uma prática vivida (impossível) ou a de uma prática imitada (falsa). Levantemos de uma vez certas ambiguidades persistentes: não posso fazer minha a luta pela emancipação feminina, como não posso fazer minha a luta proletária. Estou com elas. E ao estar com elas, isso determina-me nas lutas que me pertence, a mim, travar.»


1 comentário:

Ana Ramon disse...

Também não conhecia. Mas agradeço-te a informação. Sei quanto é difícil aceitar que certas pessoas morram no completo desconhecimento do que foram e do que fizeram. É de elogiar o teu gesto.
Um grande beijinho