novembro 29, 2008
A cada qual, como a estatura, é dada
A justiça: uns faz altos
O fado, outros felizes.
Nada é prémio: sucede o que acontece.
Nada, Lídia, devemos
Ao fado, senão tê-lo.
20-11-1928
Odes de Ricardo Reis . Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). - 115.
novembro 28, 2008
Nem os gatos escapam
Ao fim de alguns anos de convívio nem sempre amistoso - há sempre uns momentos de loucura - um dos meus gatos, o preto e branco, foi atacado de depressão provocada pela gata do meio. Esta cena já não é possível, pelo menos por agora, porque o Zôco foje dela ,ou melhor, fica paralisado, quando ela surge bufando, chegando ao ponto de fazer as suas necessidades no local. Arranjou uma infecção urinária, não come porque sempre que o tenta fazer a sua cabeça está atenta à espera de ver surgir a inimiga e desiste voltando para o seu posto inacessível.
Depois de um internamento de urgência no Hospital foi então diagnosticada a depressão pois não havia causas directas para a infecção. Agora foi-lhe recomendada uma consulta comportamental com todos os envolvidos : gatos e humanos...no meio desta crise toda era o que me faltava.
novembro 21, 2008
Aparentemente algo parece ter mudado na nova posição da ministra. Acossada por todos os lados tinha que dizer alguma coisa que serenasse os espíritos de gregos e troianos.
- Quanto à questão do reflexo do insucesso dos alunos na avaliação dos professores: ao retirar esse aspecto e a sua quantificação bem como a do abandono escolar, irá contentar muita gente. ( Mas será que não há também um contributo dos professores para essa situação?)
- Quanto à questão da avaliação de um professor por outro da mesma área: é interessante mas não sei se é possível em todas as escolas. (Por exemplo na minha , só é possível nos departamentos de Línguas e Humanidades.)
- Quanto à sobrecarga de trabalho diminuir, penso que só para os avaliadores:não me pronuncio porque não tenho dados.
- Quanto à observação de aulas diminuir de 3 para 2: na prática a alteração não será significativa pois a sua manutenção é condição para quem queira ter Muito Bom e Excelente visto influenciar a progressão na carreira e a posição em futuros concursos.
- Quanto à diminuição de horário dos avaliadores: não está clarificado o modo como será feita nesta altura do ano.
- Em resumo pouco se alterou.
- Resta agora ver em que se traduz a tal simplificação da burocracia excessiva, para a qual não tenho dados, nem da anterior nem da prometida.
Quanto a mim a questão fundamental não está só nos pontos referidos: o problema começa com a distinção entre Titulares e Professores e a insatisfação que esse processo provocou em termos de injustiças, a fixação de quotas para aceder às classificações superiores fixadas externamente e o conflito entre avaliadores e avaliados concorrentes às mesmas quotas.
Parece-me assim que as "novas" da ministra são poeira para os olhos de alguns que poderão não a querer afastar.
novembro 16, 2008
Um aspecto deprimente do caminhar para a terceira idade é ir vendo que pessoas mais ou menos íntimas, ou que apenas eram uma referência da nossa vida, vão morrendo.
Agora foi a vez do João Martins Pereira: os seus textos estiveram ligados ao que fui ou sou.
Há muito tempo que não ouvia falar dele,será um desconhecido para muita gente mas é indesculpável que se diga o que um comentador da notícia do Público disse:
"Nunca tinha ouvido falar deste homem! Nem entendo como se faz uma notícia sobre alguém totalmente desconhecido!"
Tirei esta referência do blogue a terceira noite que mostra um pensamento do João Martins Pereira:
Junho de 1980, artigo «Resistir ou Re-existir» na Gazeta do Mês número 2: «A condição feminina é-me exterior, como o é, num outro plano, a condição operária, a mim, intelectual de extracção burguesa. Libertar-me do complexo de “não ser operário” não é distanciar-me do problema da exploração. É justamente escolher colocar-me, em relação a ele, na única posição que, de boa-fé, me é possível assumir: a da apreensão intelectual, a da “teoria”, a de uma prática solidária, que não a de uma prática vivida (impossível) ou a de uma prática imitada (falsa). Levantemos de uma vez certas ambiguidades persistentes: não posso fazer minha a luta pela emancipação feminina, como não posso fazer minha a luta proletária. Estou com elas. E ao estar com elas, isso determina-me nas lutas que me pertence, a mim, travar.»
novembro 14, 2008
O Alberto João Jardim já descobriu em que modelo se inspirou o ME para fazer o actual sistema de avaliação de professores - no do Chile. E por o considerar impregnado de espírito marxista recusou-o.
AJJ rejeita, assim, que os professores se classifiquem uns aos outros e prefere classificá-los ele, a todos de Bom. “Quero todos os professores respeitados e tratados com dignidade. Não quero que se ande a perder tempo com aulas paradas, com reuniões atrás de reuniões, com conversa fiada e com as escolas paralisadas”.
Anteriormente todos os professores tinham Satisfaz, quer fossem bons ou não. Agora não duvido que passemos a ter todos Bom, à semelhança da Madeira, só que mesmo para isso vamos ter que penar um pouco mais do que os madeirenses. Mas chegar a Muito Bom ou Excelente é outra conversa.
novembro 09, 2008
Ignorava que os Sindicatos dos Professores tinham tanto poder de mobilização, mas a Ministra esclareceu-me. Mais uma vez fiquei a saber que, para ela, os professores são umas complicativas e autoflageladas criaturas incapazes de ter uma opinião própria e facilmente instrumentalizáveis e que, acima de tudo, não querem ser avaliadas.
novembro 05, 2008
novembro 02, 2008
novembro 01, 2008
E se tivermos 78 anos?
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