É bom descobrir que uma antiga aluna é agora uma cientista premiada. Lembro-me da Mónica com os seus grandes e curiosos olhos azuis e do seu gosto pelas Ciências quando tinha dez, onze anos. Não desiludiu.

Mónica Bettencourt Dias recebeu o prémio europeu Eppendorf em 2007 pelo seu trabalho na área da biologia molecular.
(Conduzida por Mónica Bettencourt Dias e Ana Rodrigues Martins, a investigação desvendou os segredos da formação do centrossoma, a estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que frequentemente se apresenta alterada no cancro. Esta descoberta responde pela primeira vez a uma questão muito antiga e que já preocupava os biólogos do fim do século XIX: como é que se forma um centrossoma (ou como define Mónica Bettencourt Dias, o "centro de controlo" da célula)? A importância desta questão prende-se com o facto de várias doenças, desde o cancro à infertilidade, estarem relacionadas tanto com a ausência como com o excesso de centrossomas - Ciência Hoje).

Regressada de Cambrige em 2006 tem estado com a sua equipa no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Agora recebeu uma bolsa anual de 50 mil euros, durante cinco anos, atribuída pelo EMBO - European Molecular Biology Organization. Estas bolsas são um incentivo para que jovens cientistas regressem aos seus países de origem e fixem aí as suas equipas de investigação.