Somos, por vezes, levados a pensar que o número de polícias é insuficiente, até porque quando precisamos de um, nunca o encontramos. No entanto , o nosso país , na Europa é dos que tem mais agentes - em 2003 por cada 100 000 habitantes havia 453. (European Source book of Crime and Crimminal Justice Statistics,2006). Éramos também,em 2005, com a Espanha ,a França, Áustria e Hungria um dos países mais seguros(European Crime and Safety Survey,2005). Claro que aqui temos que lembrar que nem todas as pessoas vítimas de agressão fazem queixa e que são muitas vezes incentivadas a não o fazer, o que diminui as estatísticas. Mesmo fazendo essa ressalva será que quanto mais polícias houver mais bem protegidos estamos?
Se compararmos a Finlândia com a Grécia que têm igual taxa de vitimização onde o número de agentes na primeira é de 159 e na Grécia é de 491, a resposta seria não.
O elevado número de agentes nos países latinos pode ter a ver com heranças do passado de ditaduras, burocratização e má gestão dos recursos. Será preciso fazer inquéritos de opinião junto das vítimas para apurar o seu grau de satisfação com a actuação da polícia e aí há ainda poucos para poder tirar conclusões generalizadas. Mas podem-se ver situações interessantes: no Reino Unido onde a taxa de crime é elevada a maioria das vítimas declara-se satisfeita com os serviços da polícia e na Suécia onde há poucos agentes (182) e taxa elevada de vítimas, as pessoas estão satisfeitas com a actuação policial. Pelo contrário nos tais países seguros e "bem" policiados os inquéritos mostram que as vítimas estão muito pouco satisfeitas com os serviços da polícia.
Estas notas foram retiradas de um artigo de Setembro das Alternatives Économiques.
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