julho 24, 2007

Para alguns parece que o insucesso em Matemática é devido ao uso precoce da máquina de calcular e à não memorização das tabuadas. Todos os anos recebo alunos que acabaram de fazer o 1º ciclo em escolas da cidade de Lisboa e arredores, públicas e privadas. Nenhum deles usou até aí calculadora e comigo só costumam utilizar no 6ºano. Quanto ao conhecimento da tabuada a situação varia mas embora alguns não as saibam na ponta da língua sabem o que devem fazer para responder. Levam é mais tempo. Depois vem a questão dos algoritmos: são raros os que sabem o da divisão com mais do que um dígito no divisor e muitos nem isso; em todas as operações quase todos se esquecem do transporte não se admirando nada de ir às compras e depois da despesa terem mais dinheiro do que antes. Se entrarmos em adições e subtracções de números inteiros com números decimais é um desastre para muitos:
4 + 1,5 =1,9 e só depois de questionados com um exemplo do tipo" tens 4 euros e dou-te um e meio achas que ficas com 1,9"...Ah é verdade esqueci-me!...reconhecem o erro.
Com este panorama vamos resolver problemas. Acho que quando se fala na palavra problema dá-se um aperto no cérebro da criança. O horror! Para mim seria mais horroroso fazer contas que não se referissem a um problema. Eles preferem fazer contas, do mal o menos. À palavra problema acendem-se na suas cabeças quatro botões: mais- menos- vezes -dividir. Qual será? Ainda antes de ler a questão já estão obcecados com essa escolha. E se a máquina de calcular pode fazer a operação não a pode escolher ainda. E muitos alunos até sabem as tabuadas e sabem resolver as operações mas não chega para resolver um problema.
Assim concluo, à primeira vista, que algo está errado na aprendizagem que a maior parte dos alunos teve antes de chegar a mim e que a situação não é tão simples como a dicotomia cálculo mental - calculadora.

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