junho 30, 2007

Não sou conhecedora de futebol, não tenho mesmo gosto por jogos com bola, só conheço alguns nomes do futebol e nem sempre acerto nas suas equipas, logo não será de estranhar que nunca tenha ouvido falar nesta bela rapariga, Ana Paula Oliveira. É árbitra brasileira. Como ela própria afirma, os árbitros têm uma segunda profissão, a sua tem sido ser modelo. Aceitou agora um convite da Playboy para posar nua. A reacção não se fez esperar: vai ser expulsa da arbitragem pela FIFA. Houve já anteriormente celebridades do desporto que desnudaram o corpo todo ou partes para fotógrafos mas nada lhes aconteceu. Talvez porque o tenham feito em nome de uma causa "mais nobre"que purifica o dinheiro que recebem. Moral da história: se não te despires por uma boa causa serás castigada, pois o dinheiro que vais ganhar é sujo.
A hipocrisia tresanda por aí.

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junho 28, 2007

No tempo do Estado Novo são conhecidos casos de perseguições políticas a matemáticos: Bento de Jesus Caraça, Ruy Luís Gomes e Aniceto Monteiro ( possivelmente houve mais que eu não conheço).
Decorrem este mês homenagens a Aniceto Monteiro pelo centenário do seu nascimento.
Grande parte da sua vida passou-se fora de Portugal, na Argentina. Pode-se perguntar que mal teria feito este brilhante matemático para não desenvolver uma carreira no país.
Tirei este texto do de rerum natura que esclarece a razão:
O extraordinário é que, apesar do seu evidente mérito, o jovem matemático não encontra emprego numa escola superior. Entre 1938 e 1943 ensinou sempre sem remuneração regular, ganhando a vida com explicações particulares e trabalhando num catálogo bibliográfico no Instituto de Alta Cultura. O que impedia a transmissão do seu saber nas escolas públicas? Pois o sábio não quis assinar um papel de fidelidade ao Estado Novo, que era indispensável para se ser funcionário público. O seu amigo Armando Girão conta na fotobiografia a inteligente resposta de Monteiro:“Perante a teimosia do Aniceto perguntei-lhe por fim se ele afinal era comunista e por isso não assinava o papel? – E logo o Aniceto retorquiu: - Não sou comunista nem acredito que venha a sê-lo – mas a declaração diz que “não sou nem serei...”, e não aceito limitações à minha inteligência!” O destino inevitável era o exílio. Com ele era também a matemática portuguesa que se exilava.

junho 23, 2007



Alguém disse que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. Não sei se a posição relativa será sempre essa mas no caso da Marquesa de Châtelet e de Voltaire não é de certeza.
Só há pouco tempo descobri que a referida Marquesa, Gabrielle Émilie,marquesa pelo casamento, nascida em Paris em 1706, era uma mulher de ciência, matemática e amante de Voltaire. Pertencia à aristocracia frequentando a corte de Versailles onde brilhava pela inteligência, beleza e vida amorosa. Relacionava-se com vários matemáticos da época - Maupertius, Clairaut, Bernoulli - que foram seus professores e alguns seus amantes. O grande amor até ao fim da vida veio com Voltaire com quem se retirou da vida mundana.Escreve ele nas Memórias:
"Conheci em 1733 uma jovem que pensava mais ou menos como eu e que resolveu passar vários anos no campo a cultivar o seu espírito, longe do tumulto do mundo. Era a Marquesa de Châtelet a mulher que em toda a França tinha maior disposição para todas as ciências(...)."
Fez coisas extraordinárias : a única tradução do latim para o francês dos Philosophiae naturalis principia mathematica de Newton, empreendimento arriscado numa França cartesiana. Escreveu a obra Institutions de physique,com o objectivo de ensinar o filho a gostar de física. No prólogo, dirigindo-se-lhe, comenta as razões que a levam a escrever o livro, e mostra a sua paixão pelo conhecimento e pelo estudo ao mesmo tempo que critica a ignorância, tão comum, entre as pessoas da sociedade.Tentou nesse trabalho conciliar o que achava correcto nas ideias de Newton, Descartes e Leibniz, contrariando a onda geral que era tomar partido por um dos autores e desprezar os outros.
Ainda escreveu um Discurso sobre a Felicidade defendendo que a felicidade se conseguia com boa saúde, e com o estudo, marcando-se metas e lutando por atingi-las.
Morreu poucos dias depois do nascimento da filha em 1749. Nessa altura trabalhava infatigavelmente, sem dormir e com prejuízo da saúde, como que adivinhando o fim, na tradução dos Principia que foram publicados sete anos depois com um prefácio de Voltaire.
"Nenhuma mulher aprendeu tanto como ela contudo nenhuma mereceu menos ser chamada de blue-stocking.Só falava sobre ciência com aqueles com que pensava poder aprender, nunca discutia para atrair atenções sobre si mesma."
Devia ter sido uma mulher fascinante.

junho 22, 2007

Encontrei , enquanto visitava sites de matemática, este curioso SudoKu só para quebrar a monotonia.

junho 17, 2007






Hoje faço mais um ano. Recebi muitas prendas, quase só livros. Entre eles um muito interessaante e bonito: Mulheres que lêem são perigosas de Stefan Bollmann. A última imagem do livro é uma foto de Eve Arnold tirada a Marilyn a ler o Ulisses de James Joyce. Mas não esta que estou a colocar aqui.

junho 16, 2007

Será que não aconteceu nada de agradável e positivo nos últimos dois dias neste país? Ou será que o jornal que acabei de ler se especializou na busca do que há de pior? Estive agora a ler o DN de ontem, sexta-feira, e são as perguntas que me faço.
Desde a esfaqueamento de um director universitário por um estudante que se sentiu lesado, ao aumento do preço do leite para breve, à possível suspensão de até 240 dias do professor Charrua ( mas que o título do jornal na primeira página apresenta quase como um facto),à actuação de jornalistas- detectives ingleses por conta própria no terreno que devia ,pelo menos estar vedado pela polícia, no Algarve, à notícia sobre os médicos objectores de consciência nos Açores ( salva-se o comentário de Fernanda Câncio) ao novo regime jurídico do ensino superior sem que os parceiros, ao que parece, tenham sido ouvidos, ao caso da professora quase a morrer que a cga mandou trabalhar, ao Tribunal de Beja que manda mais que um Ministro há de tudo e ainda aparecem as noticias sobre tragédias várias ,na construção civil, afogamentos, assaltos clonagens de cartões da sibs ...nem o tempo escapa e não ganhei o concurso da viagem à Índia.

junho 11, 2007





























Há dias acompanhei a professora de Ciências com uma das minhas turmas numa visita ao Lagartagis no Museu de História Natural - uma estufa de borboletas. A Alexandara mandou-me algumas fotos . São lindas as borboletas!


junho 09, 2007

Na segunda acaba o prazo para o primeiro - e haverá mais algum?- concurso de professores titulares ( que nome ridículo). Transparece uma visão de bom professor sinónima de bom desempenhador de cargos desde 1999. Antes não interessa. É evidente que os mais cotados serão precisamente os que mais cargos tiveram, recompensam-se assim os melhores professores, reproduzem-se situações. Será que é assim que as escolas se transformam em benefício dos alunos?Mais

junho 06, 2007

Estou quase à beira de um ataque de nervos depois de ter corrigido 60 provas de aferição de matemática.
Para além do cansaço que é tentar decifrar o pensamento de cada sujeito e tentar encaixá-lo num código que pretende traduzir a competência evidenciada,o mais objectivamente possível,há também a sensação da inutilidade de grande parte do trabalho que se anda a fazer.
Não sei como os meus alunos se portaram. Já se sabe que eles dizem sempre que as coisas são fáceis (ou difíceis) sem que isso corresponda verdadeiramente ao que fazem.
Não são os meus alunos mas estou desanimada como se o fossem: em 60 só 24 sabem traduzir 3/10 por uma percentagem, só 32 sabem calcular a área de uma figura composta por um quadrado e um rectângulo, só 19 conseguem dividir um conjunto de moedas por quatro pessoas de modo que cada um fique com a mesma importância. Claro que não posso só com este número generalizar mas não deixa de ser mau para este pequeno universo.

junho 05, 2007

É o dia 6 de Maio de 1938.

Depois de despachar o fascista do marido e os filhos para um desfile festivo do acordo entre Hitler e Mussolini, a mulher pode suspirar ,finalmente está só. No prédio só ela e o seu vizinho não foram ao cortejo.Nunca se tinham falado . Nesse dia o seu pássaro foje,julgo que para a janela do vizinho e é assim que se vão encontrar.

Ela é uma dona de casa triste e insatifeita com a sua vida, ele é um perseguido pelo regime pelas suas ideias e por ser homossexual. Vão-se encontrar e entre eles vai nascer uma amizade especial.

É uma história bonita de Ettore Scola.

Este filme pelos muitos aspectos que aborda e pela maneira como o faz é para fim um filme muito "particular".


junho 03, 2007

A lei é igual para todos ,os juízes aplicam-na. Quem julga os juízes?
As suas decisões aberrantes e justificações ainda piores abundam pela imprensa em grandes títulos suscitando algumas ondas de indignação nos pacatos e amorfos cidadãos. Apenas por breves momentos, depressa se esquece.
É também significativo a importância que os media atribuem aos casos variar bastante. Nomeadamente se a vítima for do sexo masculino e menor, a visibilidade será maior do que se se tratar de uma rapariga nas mesmas circunstâncias. Parece que pedofilia e abuso sexual só existem no masculino e é quase sinónimo de homossexualidade.
A propósito como irá o caso Casa Pia? Já passou...

junho 01, 2007

Marilyn


Nasceu neste dia em 1926. Será sempre uma das minhas paixões.