Este ano não foi dos melhores, antes pelo contrário. Por um lado a crise económica instalou-se claramente em casa e a crise relacional também. Já se sabe que casa onde não há pão todos falam e nenhum tem razão - mas não é bem ainda esse o caso.
O que mais me afecta é o presente e futuro incerto dos filhos. A inexistência visível de um projecto de vida definido por eles. Vejo o tempo correr e os seus valores são o esgotar do momento imediato, o prazer fácil, o viver e conviver, sem escolhas que impliquem sacrifícios porque só o agora existe. Talvez eu também gostasse de ter sido assim quando tinha a idade deles, mas escolhi trabalhar, estudar, tirar um curso, até porque não tinha quem me sustentasse e me permitisse viver o presente apenas.
É muito frustrante e difícil ser"educador". Será que construí demasiadas expectativas em relação aos filhos? Vejo-os como pessoas independentes de mim , vivendo como querem, mas receio que levem muito tempo a perceber que o futuro também existe e depende das opções que estão a fazer agora -nenhumas.
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