maio 05, 2008




Noyoud,uma rapariguinha de oito anos, ousou fazer queixa do pai e do marido,pedindo o divórcio. Passa-se no Yémen onde mais de metade das raparigas são casadas antes da maioridade.

Noyoud foi casada à força com um homem de 30 anos. Dois meses depois do casamento obteve o divórcio. Foi a primeira menor a ousar apresentar queixa e a obter o divórcio.Ao sair do tribunal declarou:

"Estou livre, posso voltar à escola."

"O meu pai bateu-me e disse-me que se não aceitasse o casamento com este homem seria violada e ninguém me ajudaria. Supliquei mas nada feito."

A lei yemenita proibe o casamento antes dos 15 anos mas prevê a realização de contratos de casamento com menores ficando interditas as relações sexuais até que a rapariga esteja "pronta".

"Pediram-me para assinar o contrato. Eu ficaria em casa dos meus pais até aos 18 anos. Mas uma semana depois obrigaram-me a ir viver com o meu marido."

Aqui começou o seu calvário. Até que conseguiu fugir e refugiar-se no tribunal. O Juiz chamou o pai e o marido, nenhum foi condenado.

A história agora teve um final feliz mas a criança ainda vai ter muito que penar, pois além do mais manchou a honra da família. Podem casá-la de novo podem até matá-la, de momento deve esconder-se pois todos da família quererão vingar-se.

Segundo um estudo de 2006, 52,1% de raparigas yemenitas são casadas antes de atingirem a maioridade contra 6,7% dos rapazes. A média de idades tem aumentado - 14,7 anos para as raparigas e 21,5 para os rapazes, mas ainda há zonas onde as meninas são casadas a partir dos 8 anos. Apesar da pressão de organizações de defesa dos direitos da criança, o Parlamento recusou esta semana regulamentar a idade mínima do casamento por não a considerar uma prioridade.

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