maio 17, 2007

Verifico uma relação de proporcionalidade não directa quando comparo a onda de nostalgia que me ataca com a razão entre o tempo que tenho para viver e o que já vivi.À medida que esta diminui a primeira aumenta. Pensava que estava a suceder só a mim mas parece mais geral: contrariamente ao que me caracterizava já não estou a fugir à regra. Ultimamente só oiço falar em tempos idos e até a rtp começou a passar uma série, embora não de origem indígena, sobre os anos sessenta. Tinha eu uns dezoito anos. Não me sinto retratada em nenhuma das personagens, apenas a avó da história faz lembrar a minha mãe com as suas frases sentenciosas tipo "velho do Restelo". Também não consigo identificar uma zona de Lisboa como o cenário paisagístico e social. Identifico um conjunto de frases feitas sobre trabalho e política , pessoas sem vida nem pensamentos próprios, obcecadas pelo dia-a-dia e pela televisão.Eu nessa altura já tinha vencido várias batalhas e era muito radical.

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