março 23, 2007

Quando vou pela rua, naquele caminhar solitário por entre a gente, vou arrumando os meus pensamentos. É um momento de liberdade total : só eu. Imagino o que vou escrever e dizer nas horas mais próximas. Afasto tentações de análises sobre a minha vida para não começar mal o dia- isso porque é de manhã a minha primeira caminhada. Apesar de todo este exercício mental não estou desligada do que se passa pelo caminho e vou registando as pessoas que se cruzam comigo todos os dias mais ou menos à mesma hora. Até tento imaginar o que é que algumas delas fazem. Pouco depois começo a trabalhar e, na maior parte dos casos, esqueço o que pensei. Pode-se dizer que as minhas mais belas frases são mesmo aquelas que não chegaram a ser escritas nem ditas.

2 comentários:

Ana Ramon disse...

Deixei-me rir com este teu post. Sabes que me acontece a mesma coisa? Quando ando pela quinta, sozinha, surgem-me montes de ideias, pensamentos que me parecem muito bonitos e que à noite, quando me sento ao pc, já não consigo "apanhá-los" da mesma forma como me surgiram durante o dia. É um desconsolo. Até já pensei em comprar um gravador de bolso, como usam alguns médicos quando pretendem fazer relatórios. Mas acho que a presença da maquineta me iria inibir por completo e assim, vou esperando que alguma coisa do que penso, consiga resistir ao passar das horas.
Não percebo porque é que há tanta gente a ler-te e tão poucos a comentar. Mas que preguiçosos!
Um abraço grande

maria disse...

E não te acontece acordar a meio da noite com uma ideia estupenda que não registas por preguiça - e porque não percebes se estás a dormir ou não- e no dia seguinte nada te ficou, só uma vaga sensação...