Há muito tempo que ela andava para lhe fazer aquela pergunta. Muito tempo? Anos.Fervia-lhe debaixo da língua, da pele. E a resposta foi a que ela queria ouvir, a que esperava há anos que ele lhe fizesse. Era uma pergunta perigosa porque a partir desse momento o não dito estava dito e não se pode viver com o dito como se ele ainda fosse não dito.
A vida viva da palavra dita,
A vida longa da palavra escrita,
A vida das palavras por dizer-
Qual dura? Qual é ser? Qual é
(Fernando Pessoa- 1930)
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