Costumo ficar irritada com as crónicas de Vasco Puliido Valente no Público. Desta vez achei graça, mas realmente o homem nunca está contente com coisa nenhuma.
Chama-se "O manifesto misterioso" e reza:
O manifesto de Cavaco não se percebe bem. E não se percebe bem porque pode ser tudo e, com a mesma facilidade, pode, evidentemente, não ser nada. Às vezes, por exemplo parece uma redacção. As minhas ambições para Portugal de Ronaldo Silva, 18 anos, Alcântara, Lisboa:"Eu gosto muito de Portugal..."
Se não for uma redacção, o manifesto talvez seja um Dicionário de Lugares Comuns para Candidatos com ambições para Portugal da editora Sampaio e Companhia(sede em Belém). Há grande escolha: credibilizar o Estado; seriedade, honestidade e transparência da vida política; pleno exercício dos direitos, liberdades e garantias; participação cívica; consolidação orçamental para reforço da competitividade e do desenvolvimento;qualificação dos recursos humanos; sociedade mais justa e solidária; sistema de segurança social financeiramente sustentável; aposta forte na qualidade do ensino superior; tradicional repúdio pelo racismo e xenofobia...
Não sendo nem uma redacção nem um dicionário o manifesto só pode ser uma asneira. Passa por um programa de governo, promete a Lua, acicata a esperança de um milagre para o dia em que o dr. Cavaco subir gloriosamente aos céus. No fundo, agrava o pior problema do presuntivo Presidente Cavaco: a desilusão e a fúria do país quando constatar que ele não mudou, nem consegue mudar, coisa nenhuma. Tretas de agora, penas de amanhã. O manifesto é um mistério."
2 comentários:
Se o VPV vivesso no Paraíso, passaria o tempo a escrever contra Deus e os anjos. É um bota-abaixo.
Mas realmente tenho de concordar com esta crónica dele.
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